Alejandro Galán, conhecido no Brasil como Jim Lopes, foi o terceiro técnico estrangeiro da história do Corinthians e o segundo argentino. Antes, o clube já havia sido comandado pelo uruguaio Pedro Mazzulo, em 1933-1934, e pelo argentino Joseph Tiger, em 1944. Jim Lopes ficou no cargo durante cinco meses, entre agosto e dezembro de 1960, e comandou o time em apenas 26 jogos.

Naquele ano, o Alvinegro estava no início do jejum de grandes títulos e o treinador argentino foi uma aposta da diretoria para buscar a taça do estadual. Quando chegou ao Alvinegro, Jim Lopes já acumulava mais de 20 anos de experiência como técnico, com passagens por diversas equipes do futebol paulista e argentino, e tinha fama de durão, mas sua trajetória no futebol foi totalmente casual.

Lopes nasceu no bairro de Parque Patrícios, em Buenos Aires, na Argentina, e tornou-se um pugilista famoso. Em 1928, devido uma briga com o pai, mudou-se para o Brasil e adotou pseudônimo Jim Lopes para não ser reconhecido. Continuou praticando pugilismo em São Paulo até que o esporte foi proibido pelo governo estadual por causa do caso Ditão. Sem poder lutar, Lopes começou a trabalhar como preparador físico nas categorias de bases dos clubes paulistas, depois passou a ser técnico dos segundos quadros, até ser efetivado definitivamente como treinador.

Lopes começou a carreira em equipes pequenas, como Estudantes, Hespanha (atual Jabaquara) e Ypiranga, mas em 1947 foi dirigir a Portuguesa e ganhou destaque. No total, foram cinco temporadas pela Lusa e a conquista o Torneio Rio-São Paulo de 1952. Nos anos 1950, Jim Lopes foi técnico de Palmeiras e São Paulo. Depois voltou para a Argentina, onde treinou o Independiente e o River Plate.

Em 1960, assinou com o Corinthians em agosto para a disputa do Paulista. A campanha foi razoável. O time disputou ponto a ponto as primeiras colocações do Estadual, mas as goleadas sofridas para São Paulo (1-4) e Santos (1-6), além de um tropeço contra a Ferroviária (1-2), afastaram o time da briga. No final, o Peixe sagrou-se campeão, com 50 pontos, e o Timão ficou em terceiro, com 44.

Jim Lopes comandou o time em 26 jogos, com 16 vitórias, cinco empates e cinco derrotas, além de 48 gols marcados e 31 sofridos. Aproveitamento de 74% dos pontos. Depois, trabalhou como técnico no Rosario Central, no Gymnasia y Esgrima La Plata, no Los Andes, no Colón de Santa Fé, no Vélez Sarsfield e no Newell's Old Boys, todos da Argentina, além do Sporting Olhanense, de Portugal, e do Juventus.

O trabalho na equipe da Mooca, em 1976, marcou o retorno do treinador argentino para o Brasil e para cidade de São Paulo, mas foi o Juventus foi seu último clube. Lopes morreu em abril de 1979. Ele também foi técnico da Argentina em 1962 e em 1967. Terminou a Copa América-1967 como vice-campeão e faturou a Copa Carlos Dittborn Pinto-1962 (tradicional disputa entre argentinos e chilenos).

Nome: Alejandro Galán
Nascimento: 06/07/1912, Buenos Aires (Argentina)
Falecimento: 20/04/1979, São Paulo (SP)
Seleções: Argentina (1962; 1967)
Títulos: Argentina: Copa Carlos Dittborn Pinto (1962)
Principais clubes: Estudantes-SP (1937), Hespanha (1939), Ypiranga (1939; 1946), Portuguesa (1947-1948; 1952-1953; 1966), Palmeiras (1950), São Paulo (1953-1954; 1965), Independiente (1958-1959), River Plate (1960), Corinthians (1960), Rosario Central (1962-1963), Gimnasia y Esgrima La Plata (1964-1965), Los Andes (1967), Colón de Santa Fé (1968-1969), Vélez Sarsfield (1969), Newell's Olds Boys (1970), Sporting Olhanense (1973-1974) e Juventus (1976)
Principais títulos: Los Andes: Campeonato Argentino Segunda Divisão (1967); São Paulo: Campeonato Paulista (1953); Portuguesa: Torneio Rio-São Paulo (1952); Palmeiras: Campeonato Paulista (1950) e Taça Cidade de São Paulo (1950)
Estreia: Portuguesa Santista 1x0 Corinthians (14/08/1960)